O
sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o
sangue, produzem e excretam a urina - o principal líquido de excreção
do organismo. É constituído por um par de rins, um par de
ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra.
Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo
abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna vertebral, nessa
posição estão protegidos pelas últimas costelas e também por
uma camada de gordura. Têm a forma de um grão de feijão enorme e
possuem uma cápsula fibrosa, que protege o córtex - mais
externo, e a medula - mais interna.
Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e
dá forma ao órgão, e por milhares ou milhões de unidades filtradoras,
os néfrons, localizados na região renal.
O néfron é uma longa estrutura tubular microscópica
que possui, em uma das extremidades, uma expansão em forma de taça,
denominada cápsula de Bowman, que se conecta com o túbulo
contorcido proximal, que continua pela alça de Henle e pelo túbulo
contorcido distal; este desemboca em um tubo coletor. São
responsáveis pela filtração do sangue e remoção das excreções.
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O
sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no
interior do órgão, originando grande número de arteríolas aferentes,
onde cada uma ramifica-se no interior da cápsula de Bowman do néfron,
formando um enovelado de capilares denominado glomérulo de
Malpighi.
O
sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo.
Essa pressão, que normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem intensidade
suficiente para que parte do plasma passe para a cápsula de Bowman,
processo denominado filtração. Essas substâncias extravasadas
para a cápsula de Bowman constituem o filtrado glomerular, queé
semelhante, em composição química, ao plasma sanguíneo, com a diferença
de que não possui proteínas, incapazes de atravessar os capilares
glomerulares.
Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed.
Interamericana, 1981.
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O
filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido
proximal, cuja parede é formada por células adaptadas ao
transporte ativo. Nesse túbulo, ocorre reabsorção ativa de sódio.
A saída desses íons provoca a remoção de cloro, fazendo com que
a concentração do líquido dentro desse tubo fique menor (hipotônico)
do que do plasma dos capilares que o envolvem. Com isso, quando o líquido
percorre o ramo descendente da alça de Henle, há passagem de água
por osmose do líquido tubular (hipotônico) para os capilares sangüíneos
(hipertônicos) – ao que chamamos reabsorção. O ramo
descendente percorre regiões do rim com gradientes crescentes de
concentração. Conseqüentemente, ele perde ainda mais água para
os tecidos, de forma que, na curvatura da alça de Henle, a
concentração do líquido tubular é alta.
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Esse líquido muito concentrado
passa então a percorrer o ramo ascendente da alça de Henle, que é
formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao
transporte ativo de sais. Nessa região, ocorre remoção ativa de sódio,
ficando o líquido tubular hipotônico. Ao passar pelo túbulo contorcido
distal, que é permeável à água, ocorre reabsorção por osmose para os
capilares sangüíneos. Ao sair do néfron, a urina entra nos dutos
coletores, onde ocorre a reabsorção final de água.
Dessa
forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de
fluido do plasma; porém são formados apenas 1 a 2 litros de urina por
dia, o que significa que aproximadamente 99% do filtrado glomerular é
reabsorvido.
Além
desses processos gerais descritos, ocorre, ao longo dos túbulos renais,
reabsorção ativa de aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo
distal, essas substâncias já não são mais encontradas.
Imagem:
LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.
Os
capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se reúnem
para formar um vaso único, a veia renal, que leva o
sangue para fora do rim, em direção ao coração.
A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação
da quantidade de líquidos do corpo. Havendo necessidade de reter água no
interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em função da maior
reabsorção de água; havendo excesso de água no corpo, a urina fica
menos concentrada, em função da menor reabsorção de água.
O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o
hormônio ADH (antidiurético), produzido no hipotálamo e
armazenado na hipófise. A concentração do plasma sangüíneo é
detectada por receptores osmóticos localizados no hipotálamo. Havendo
aumento na concentração do plasma (pouca água), esses osmorreguladores
estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa para o sangue, indo
atuar sobre os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron,
tornando as células desses tubos mais permeáveis à água. Dessa forma,
ocorre maior reabsorção de água e a urina fica mais concentrada. Quando
a concentração do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção
do ADH e, conseqüentemente, menor absorção de água nos túbulos
distais e coletores, possibilitando
a excreção do excesso de água, o que torna a urina mais diluída.
Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed.
Interamericana, 1981.
Imagem:
LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.
RESUMINDO
Sangue arterial conduzido
sob alta pressão nos capilares do glomérulo (70 a 80 mmHg) à
filtração à parte do plasma
(sem proteínas e sem células) passa para a cápsula de Bowmann (filtrado
glomerular) à reabsorção
ativa de Na+, K+, glicose, aminoácidos e passiva de
Cl- e água ao longo dos túbulos do néfron, como
esquematizado abaixo.
Túbulo
contorcido proximal (células adaptadas ao transporte ativo) à
reabsorção ativa de sódio / remoção passiva de cloro
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líquido
tubular torna-se hipotônico em relação ao plasma dos capilares
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absorção
de água por osmose para os capilares na porção descendente da alça de
Henle
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porção
ascendente da alça de Henle impermeável à água e adaptada ao
transporte ativo de sais à
remoção ativa de sódio
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líquido
tubular hipotônico à reabsorção
de água por osmose no túbulo contorcido distal
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OBS: Ocorre,
também, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de aminoácidos
e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal essas substâncias já não
são mais encontradas.
Regulação
da função renal - resumo
HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH): principal agente fisiológico regulador do equilíbrio hídrico,
produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise.
Aumento na
concentração do plasma (pouca água) à receptores osmóticos localizados no hipotálamo
à produção de ADH à
sangue à túbulos distal e coletor do néfron
à células mais permeáveis à água à
reabsorção de água à urina
mais concentrada.
Concentração do
plasma baixa (muita água) e álcool à inibição de ADH
à menor
absorção de água nos túbulos distal e coletor à
urina mais diluída.
ALDOSTERONA: produzida
nas glândulas supra-renais, aumenta a absorção ativa de sódio e a
secreção ativa de potássio nos túbulos distal e coletor.
Elevação na concentração de íons potássio e redução de sódio no plasma sangüíneo
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rins
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renina (enzima)
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angiotensinogênio
(inativo) à angitensina (ativa)
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córtex da
supra-renal
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aumenta
taxa de secreção da aldosterona
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sangue
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rins (túbulos
distal e coletor)
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aumento da
excreção de potássio / reabsorção de sódio e água
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Ureter
Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se
unem para formar canais cada vez mais grossos. A fusão dos dutos
origina um canal único, denominado ureter, que deixa o rim
em direção à bexiga urinária.
Bexiga
urinária
A bexiga urinária é uma bolsa de parede elástica, dotada
de musculatura lisa, cuja função é acumular a urina produzida nos
rins. Quando cheia, a bexiga pode conter mais de ¼ de litro (250
ml) de urina, que é eliminada periodicamente através da uretra.
Uretra
A uretra é um tubo que parte da bexiga e
termina, na mulher, na região vulvar e, no homem, na extremidade do
pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se fechada por anéis
musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura
desses anéis relaxa-se e a musculatura da parede da bexiga
contrai-se, urinamos.
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