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quinta-feira, 24 de maio de 2012

CREATININA E UREIA

O que é creatinina?


 '' NÃO CONFUNDÃO  AS PALAVRAS: CREATINA E CREATININA, ELAS SÃO PARECIDAS, PORÉM SEU SIGUINIFICADO É DIFERENTE .''



Nossos músculos precisam de energia para exercer suas funções. O "combustível" que gera esta energia é uma proteína chamada creatina fosfato, produzida a partir das proteí
nas da nossa alimentação. A creatina fosfato é sintetizada no fígado e posteriormente armazenada nos músculos.

A nossa musculatura está permanentemente em atividade, mesmo quando estamos em repouso. Isto significa que estamos o tempo inteiro consumindo creatina fosfato. A creatinina é uma espécie de lixo metabólico resultante deste consumo constante. Após a sua geração, a creatinina é lançada na corrente sanguínea, sendo eliminada do corpo pelos rins.

Resumindo este ciclo:
- proteínas ingeridas na dieta »» produção de creatina fosfato pelo fígado »» consumo da creatina fosfato pelos músculos para geração de energia »» produção de creatinina »» eliminação da creatinina pelos rins.

Diariamente, cerca de 2% de toda creatina fosfato armazenada em nosso corpo é convertida em creatinina pelo metabolismo dos músculos. É essa creatinina resultante que dosamos nas análises de sangue.

Mas por que a creatinina serve para avaliar a função dos rins?

A creatinina é uma substância inócua no sangue, sendo produzida e eliminada de forma constante pelo organismo. Se o paciente mantém sua massa muscular mais ou menos estável, mas apresenta um aumento dos níveis de creatinina sanguínea, isso é um forte sinal de que o seu processo de eliminação do corpo está comprometido, ou seja, os rins estão com algum problema para excretá-la.

Se os rins não estão conseguindo eliminar a creatinina produzida diariamente pelos músculos, eles provavelmente também estarão tendo problemas para eliminar diversas outras substâncias do nosso metabolismo, incluindo toxinas. Portanto, um aumento da concentração de creatinina no sangue é um sinal de insuficiência renal.

Qual a importância da dosagem da creatinina?
Exame creatininaEstima-se que em todo o mundo existam milhões de pessoas com algum grau de disfunção dos rins; 70% destes nem sequer desconfiam que possam estar doentes. O método mais eficiente de se diagnosticar precocemente as doenças do rim é através da dosagem da creatinina.

Inúmeras doenças podem levar à doença renal crônica, mas seis delas correspondem a grande parte dos casos:

- Hipertensão.

- Diabetes.

- Rins policísticos.

- Glomerulonefrites.

- Infecções urinárias de repetição.

- Cálculos renais de repetição.


É muito comum os médicos ouvirem a seguinte frase:
- Ah, doutor, meus rins estão ótimos, eu urino muito bem e eles não doem.

Isto é um grande equívoco! A insuficiência renal crônica não costuma causar sintomas até fases bem avançadas da doença. O fato de não sentir dor nos rins não significa nada. Em geral, o rim só provoca dor quando há cálculo renal ou infecção. Todas as outras doenças renais não costumam cursar com dor.

Existe também o mito de que urinar bem é um sinal de saúde renal. Na verdade, o controle da água corporal é apenas uma das atribuições dos rins. Inicialmente, o rim torna-se incapaz de filtrar as toxinas, mas consegue eliminar água sem maiores problemas. A redução do volume da urina é um sinal muito tardio, que muitas vezes só ocorre depois que a insuficiência renal está muito grave e o paciente já precisa entrar em programa de hemodiálise.


Portanto, o fato de urinar bons volumes e a ausência de dor nos rins não é garantia de saúde dos mesmos.

A dosagem da creatinina é importante para se detectar a insuficiência renal em fases precoces, evitando, assim, as complicações da doença. Os rins, além do controle da água corporal, também agem no(a) :

- Excreção de substâncias sanguíneas, como remédios ou toxinas.
- Níveis sanguíneos de eletrólitos, como potássio, sódio, magnésio, cálcio e fósforo.
- Produção de hormônios que controlam os glóbulos vermelhos (hemácias).
- Controle da massa dos ossos.
- Controle da função da coagulação do sangue.
- Controle do pH do sangue.
- Controle da pressão arterial.

A insuficiência renal crônica é uma doença que costuma progredir lentamente e de forma silenciosa ao longo de anos, fazendo com que todas as funções acima estejam comprometidas. Não diagnosticar a doença renal precocemente significa não agir em tempo hábil sobre esses problemas.


Quem deve dosar a creatinina?

Qualquer indivíduo sob risco de desenvolver doença renal deve dosar sua creatinina sanguínea. Isto inclui pessoas que apresentam:

- Hipertensão.
- Diabetes.
- Idade maior que 50 anos.
- História familiar de rins policísticos.
- História familiar de glomerulonefrite.
- História familiar de insuficiência renal crônica.
- Uso crônico de anti-inflamatórios.

- Infecção urinária de repetição.
- Cálculos renais de repetição.
- Edemas (inchaços) sem causa definida.

- Anemia sem causa definida.

- Doenças cardíacas graves, principalmente insuficiência cardíaca.
- Alterações na urina como sangramento (em geral se apresenta como urina cor de Mate ou Coca-Cola) ou excesso de espuma (parece colarinho de chopp) que é um sinal de proteinúria.

- Pessoas com emagrecimento, perda de apetite, náuseas matinais e fraqueza intensa sem causa aparente.
- Obesos.

- Fumantes.


Então, como eu faço para saber se meus rins estão a funcionar de modo correto?

A ureia, também produzida no fígado após metabolização das proteínas da alimentação, é um outro marcador de função renal muito utilizado. Em geral, para avaliação dos rins, solicita-se a ureia e a creatinina conjuntamente. Todavia, a creatinina é um melhor marcador, já que a ureia pode vir alterada em casos de desidratação, uso de diuréticos, sangramento digestivo, alimentação rica em proteínas, doença do fígado etc...

O raciocínio é simples: as duas substâncias (ureia e creatinina) são produzidas constantemente pelo organismo e são eliminadas pelos rins. Deste modo, a sua concentração mantém-se sempre estável. Se os rins passam a não funcionar bem, elas começam a acumular no sangue. Portanto, quanto pior for a função renal, mais elevados serão os valores de ureia e creatinina.

Além das dosagens de creatinina e da ureia, o médico também pode solicitar um exame simples de urina, chamado de EAS ou urina tipo 1.


Quais são os valores normais de creatinina?

Os níveis normais da creatinina variam entre 0,6 a 1,3 mg/dl. Porém, esses valores não são absolutos e devem ser interpretados pelo seu médico. Como a cretinina é produzida pelos músculos, pessoas musculosas apresentam taxas basais maiores. Um jovem esportista pode apresentar até 1,4 mg/dl de creatinina sem ter doença renal, enquanto que uma senhora idosa e magra, com 1,2 mg/dl, pode ter rins doentes. Portanto, não se interpreta a creatinina como um valor absoluto. Deve-se levar em conta sexo, idade e peso do paciente.

Através do resultado da creatinina seu médico pode calcular a taxa de filtração renal (também chamada de clearance de creatinina), que é basicamente o volume de sangue filtrado pelo rim a cada minuto. Rins normais filtram até 180 litros de sangue por dia (aproximadamente 120 ml/min). Valores abaixo de 60 ml/min são indicativos de insuficiência renal crônica.

URINA COM SANGUE

HEMATÚRIA | URINA COM SANGUE


 ... examination focuses on reviewing the possible causes of hematuria


Hematúria é o nome que se dá a presença de sangue na urina.

Existem algumas maneiras de caracterizá-la:

- Macroscópica, quando pode ser vista a olho nu, ou microscópica, quando só é detectada em análises de urina.
- Hematúria com ou sem coágulos.
- Hematúria dismórfica ou monomórfica (explico adiante).
- Hematúria persistente ou intermitente.
- Hematúria isolada ou acompanhada de outros sinais e sintomas.

A hematúria pode ter origem em qualquer sítio do trato urinário: rins, ureter, bexiga, próstata ou uretra.

As principais causas de sangramento urinário são:

- Câncer renal.
- Câncer de bexiga.
- Câncer de próstata
- Cálculo renal
- Infecção urinária
- Hiperplasia benigna da próstata
- Glomerulonefrite
- Anemia falciforme.
- Doença policística renal
- Trauma renal.
- Medicamentos (ex: pyridium, rifampicina, fenitoína, nitrofurantoína...).
- Tuberculose urinária
- Esforço físico.
- Excesso de cálcio na urina.
- Endometriose
Hematúria
Hematúria
Já deu para perceber que as causas são múltiplas e que nem sempre a investigação é tão simples.
É importante salientar que mulheres durante o período menstrual podem apresentar hematúria, que nada mais é do que sangue vaginal que cai na urina. A análise precisa ser feita fora da menstruação para ter valor.

Algumas vezes os sinais e sintomas que acompanham a hematúria, tornam o diagnóstico fácil:

- Mulheres jovens com ardência ao urinar = Cistite.
- Febre, calafrios e vômitos = Pielonefrite.
- Intensa dor lombar com irradiação para virilha = Cálculo urinário
- Idoso com jato urinário fraco = Hiperplasia de próstata

Outras vezes a história clínica ajuda, como no caso de anemia falciforme, traumas, uso de medicamentos ou esforço físico.
Hematúria
Sangue na urina
Quando não há causa aparente, inicia-se uma investigação mais complexa. O primeiro passo é diferenciar se o sangue vem dos glomérulos (o glomérulo está para o rim como os neurônios estão para o cérebro) ou de outro ponto do trato urinário. Para isso, pede-se o exame de dismorfismo eritrocitário (feito em uma coleta simples de urina), que em caso de positivo, indica uma glomerulonefrite.

A presença de coágulos na urina, praticamente excluiu o diagnóstico de glomerulonefrite.

Uma vez excluída causa glomerular, indica-se investigação radiológica com ultrassom (ecografia) ou tomografia computadorizada.

Outro exame importante é a citologia urinária para avaliar presença de células cancerígenas na urina. A cistoscopia (exame endoscópico) pode ser feita para pesquisar neoplasia da bexiga.

A hematúria pode aparecer após intenso esforço físico e costuma não ter nenhum significado clínico. Sangramentos em jovens, sem outros sintomas ou sinais associados e sem alteração da creatinina, também costumam ser benignos e devem ser apenas acompanhados periodicamente, assim como hematúria transitória.

Os dois principais diagnósticos de hematúrias sem causa aparente mais investigados, são o câncer e a glomerulonefrite. O primeiro por motivos óbvios, e o segundo por poder levar a insuficiência renal.

O câncer deve ser sempre descartado em pessoas com mais de 50 anos, fumantes, com emagrecimento ou dor óssea associado.

A nefropatia por IgA é uma causa muito comum de hematúria de origem glomerular. Na suspeita de doença glomerular, muitas vezes é necessário recorrer a biópsia renal para identificar a doença que está acometendo o rim.

Alguns pacientes jovens apresentam hematúria após atividades físicas sem que isso tenha nenhuma repercussão importante. Porém, antes de se estabelecer o diagnóstico de hematúria por esforço físico, é preciso uma avaliação cuidadosa do nefrologia para se descartar alguma doença real.

É importante saber que uma urina escurecida, alaranjada ou mesmo avermelhada pode não significar sangue. Só o exame de urina é que pode confirmar a presença ou não de hematúria.

URINA COM CHEIRO FORTE

Causas de urina com cheiro forte



                        


A urina apresenta um odor característico que é causado pela presença de uma substância chamada ureia. Quanto maior for a concentração de ureia, mais forte será o cheiro da urina. Na imensa maioria dos casos, uma urina mal cheirosa indica uma urina pouco diluída; em geral é uma urina com cor amarelo forte.

Portanto, o primeiro passo para que tem uma urina com cheiro forte é aumentar a ingestão de líquidos. Não existe um número mágico, temos que beber líquidos até a urina ficar quase transparente. Às vezes, são necessários até três litros de água por dia.

Além de melhorar o cheiro, uma urina diluída impede a formação de cálculos renais


Mau cheiro na urina causado por bactérias Se a urina já está bem diluída e ainda cheira mal, deve-se pensar na presença de bactérias que metabolizam a ureia em amônia, substância que apresenta odor ainda mais forte.

cores da urina
É importante salientar que a presença de bactérias na urina não indica necessariamente que haja uma infecção urinária. Só é considerada infecção urinária se houver sintomas associados à presença de bactérias.

Além da presença de bactérias na urina, algumas uretrites (infecções da uretra), como a gonorreia também podem ser a causa do mau cheiro. Um odor forte associado a um corrimento da uretra é muito indicativo de que a origem do cheiro seja uma infecção uretral. Nas mulheres, esse corrimento uretral, que é mais discreto que o corrimento vaginal, pode passar despercebido, sendo o mau cheiro na urina uma dica para o diagnóstico.

Aliás, no sexo feminino é preciso ter certeza de que o suposto mau cheiro da urina não é na verdade um mau cheiro da vagina, causado por corrimentos vaginais. Uma consulta ao ginecologista pode descartar infecções vaginais e uretrites.


Outras causas de cheiro forte na urina
Existem medicamentos e alimentos que podem alterar o cheiro da urina. Aspargo e vitaminas são causas comum de urina com cheiro forte. Alguns antibióticos, principalmente da família da penicilina, também podem ser responsáveis. Às vezes não conseguimos detectar a causa do mau cheiro, mas mudanças na dieta podem melhorar o quadro.

O diabetes mellitus pode causar urina mal cheirosa, mas em geral apresenta outros sintomas associados, como perda de peso, fraqueza, sede, excesso de urina (poliúria) etc... Dificilmente a urina com cheiro ruim é o único sintoma do paciente com diabetes.


Em pessoas mais velhas, câncer de bexiga e fístula (ligação) da bexiga para o intestino podem ser a causa do cheiro ruim. O câncer de bexiga costuma surgir em fumantes e cursa com hematúria (presença de sangue na urina)  A fístula da bexiga com o intestino causa um sintoma chamado pneumaturia, que é a saída de gases do intestino pela urina. São duas doenças que não devem ser pensadas em pessoas jovens, pois são muito raras nesta faixa etária.

Algumas doenças genéticas raras, como fenilcetonúria também dão cheiro forte, mas são doenças de recém-nascidos.

Tratamento de urina com cheiro forte
O melhor tratamento para uma urina mal cheirosa é uma maior ingestão de líquidos. Antes de qualquer investigação, devemos nos certificar que a urina está bem diluída.
Se a causa da urina com cheiro forte for uma infecção urinária, uma uretrite ou uma vaginite, o odor melhora com o uso de antibióticos para tratar essas infecções. Se forem detectadas bactérias na urina, mas não existirem sintomas de infecção urinária, o tratamento com antibióticos é polêmico. É preciso ter cuidado com o uso indiscriminado de antibióticos para evitar a ocorrências de bactérias resistentes. Se o odor for muito incômodo, um curso único de antibióticos pode até ser aceitável. Porém, se o cheiro forte retornar depois de um tempo, não é prudente ficar repetindo o uso de antibióticos devido ao risco de selecionar bactérias resistentes.

Uso de medicamentos, principalmente aqueles famosos suplementos de vitamina, cuja eficácia para saúde é duvidosa, podem ser a causa. O cheiro pode desaparecer após alguns dias sem estas substâncias.

Se o odor for algo que incomoda muito, sugiro uma consulta ao urologista ou ginecologista para elucidação do quadro.

INFECÇÃO URINÁRIA




Infecção urinária
Infecção urinária
Neste texto vamos falar especificamente sobre os sintomas de infecção urinária, seja ela uma cistite, uretrite ou pielonefrite.

Sintomas da infecção urinária

Dor para urinar - disúria

A dor para urinar, chamada de disúria, é talvez o sintoma de infecção urinária mais comum. A disúria é um termo que engloba diferentes queixas durante a micção, como dor, ardência, queimação, incômodo ou sensação de peso na bexiga. A disúria é um sintoma muito comum na cistite e na uretrite, podendo ocorrer eventualmente na pielonefrite.

A disúria é causada pela irritação da bexiga e da uretra causada pela infecção.

Sangue na urina - hematúria

A presença de sangue na urina é chamada de hematúria. Sangue na urina é o sinal de infecção urinária que mais assusta os pacientes, mas geralmente não é um sinal de gravidade. A hematúria pode ser macroscópica quando é facilmente notada na urina, ou microscópica quando só é detectada através de exames laboratoriais.

É hematúria é um sintoma comum na cistite, também podendo surgir na pielonefrite ou na uretrite. Assim como a disúria, a presença de sangue surge pela irritação da bexiga e da uretra.

Febre

Quando se pensa em infecção, a febre é sempre um dos sinais que vêm à mente. Na infecção urinária, entretanto, a febre só costuma surgir nos casos de pielonefrite. Cistite não costuma causar febre, quando o faz, geralmente é abaixo dos 38ºC. A febre também não é comum na uretrite, exceto nos casos mais graves, onde há disseminação da bactéria para a corrente sanguínea.

Na pielonefrite a febre costuma ser alta, maior que 38ºC, e é frequentemente acompanhada de calafrios. A febre alta é o sinal que costuma diferenciar a pielonefrite das outras causas de infecção urinária.

Constante vontade urinar

Sentir necessidade de urinar a toda hora também é um sintoma comum da cistite e recebe o nome de polaciúria. O paciente sente vontade urinar com frequência, porém o volume de urina a cada micção é pequeno. Muitas vezes há uma sensação de esvaziamento incompleto da bexiga; sente-se que ainda há urina mas ela simplesmente não sai. Na verdade, a bexiga está vazia, mas como encontra-se irritada, o paciente tem a falsa impressão de que precisa urinar.

Além da vontade constante de urinar, o paciente pode ter dificuldade em segurar a urina. A vontade de urinar surge mas o indivíduo não consegue chegar a tempo ao banheiro, perdendo urina involuntariamente.

Corrimento uretral

A saída de pus pela uretra é um sinal típico das uretrites, sendo quase sempre causada por uma doença sexualmente transmissível. Tanto a cistite quanto a pielonefrite não provocam corrimento uretral.

Náuseas e vômitos

Náuseas e vômitos são sintomas comuns na pielonefrite e costumam aparecer junto com a febre. A cistite pode causar um mal estar, mas não costuma provocar vômitos. A perda do apetite também é frequente na pielonefrite. Assim como a febre, náuseas e vômitos só costumam surgir nas uretrites em casos de doença mais avançada.

Dor lombar

A dor lombar, geralmente mais intensa de um lado, é outro sintoma comum da pielonefrite. Na verdade, são poucas as doenças que fazem o rim doer; a pielonefrite é uma delas. A cistite também pode causar uma leve dor lombar, mas é habitualmente bem menos intensa que na pielonefrite.

Resumindo os sintomas de infecção urinária e sua origem:
Principais sintomas da cistite:

  • Ardência para urinar
  • Sangue na urina
  • Vontade constante de urinar mesmo com a bexiga vazia
  • Sensação de peso na bexiga
Principais sintomas da pielonefrite:
  • Febre alta
  • Calafrios
  • Náuseas e vômitos
  • Dor lombar
Principais sintomas da uretrite:
  • Corrimento purulento pela uretra
  • Ardência para urinar

DOR AO URINAR | Principais causas :Definição de disúria



A disúria abrange uma data de sintomas semelhantes que costumam indicar inflamação de alguma região do trato geniturinário. Entre os sintomas englobados no termo disúria, podemos citar:

- Dor ao urinar.
- Queimação ao urinar.
- Ardência ao urinar.
- Pontada ao urinar.
- Desconforto ao urinar.
- Dor na bexiga ao urinar.
- Dor na uretra (canal que leva a urina) ao urinar.
- Sensação de peso ao urinar

Trato geniturinário masculino
Trato geniturinário masculino


A maior parte dos episódios de disúria ocorrem por inflamação ou infecção da uretra e/ou bexiga. Porém, inflamações na próstata, testículo, epidídimo, vagina e útero também podem apresentar a disúria como um dos seus sintomas.

É muito importante conhecer as causas de disúria e saber correlacioná-las com o restante do quadro clínico para não cair na armadilha de achar que toda dor ao urinar é infecção urinária.


Causas de dor ao urinar
Vamos iniciar as explicações listando as principais causas de disúria para a seguir tentar mostrar como se distingue umas das outras:


- Infecção urinária
a. Cistite
b. Pielonefrite
- Uretrite (inflamação da uretra)
a. Clamídia
b. Gonorreia
c. Herpes genital
- Vulvovaginites (inflamações da vagina e vulva)
a. Trichomonas vaginalis
b. Candida albicans 

- Doenças da próstata
a. Prostatite
b. Hiperplasia benigna da próstata
c. Câncer de próstata

- Cálculo renal
- Outras causas:
a. Epididimite (inflamação do epidídimo)
b. Tumor de bexiga
c. Vaginite atrófica
d. Cistite intersticial
e. Irritação da uretra por substâncias ou drogas
f. Trauma
g. Urina muito concentrada

Como se pode ver, a dor ao urinar é um sintoma que pode estar presente em mais de uma dezena de doenças diferentes, sendo, portanto, necessária a avaliação médica para se estabelecer um diagnóstico correto.


Sintomas comuns associados à dor ao urinar:


Como a dor ao urinar é um sintoma muito comum, o médico costuma usar a história clínica e os sintomas associados à disúria na investigação do quadro. Por exemplo, dor ao urinar em mulheres jovens costuma indicar cistite, enquanto que em homens jovens é mais comum ser devido a uma prostatite ou uretrite. Em homens idosos o aumento ou tumor da próstata devem ser sempre pensados, já em mulheres com corrimento, a uretrite e a vulvovaginite são as melhores apostas.

Vamos mostrar de forma resumida que tipos de informações ajudam a direcionar o diagnóstico da disúria.
1. A cistite é um provável diagnóstico quando o paciente se queixa de disúria mais:
- É uma mulher jovem
- Aumento da frequência da urina
- Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga
- Sangue na urina
- Sintomas que se iniciaram 24-48h após relação sexual

2. A pielonefrite é um provável diagnóstico quando o paciente se queixa de disúria mais:
- Febre alta
- Suores e Calafrios
- Vômitos
- Astenia
- Intensa dor lombar
- Sangue na urina

3. A uretrite por gonorréia ou clamídia é um provável diagnóstico quando o paciente se queixa de disúria mais:
- Corrimento uretral purulento
- História recente de sexo sem preservativos
4. A prostatite é um um provável diagnóstico quando o paciente se queixa de disúria mais:
- É do sexo masculino
- Dificuldades para urinar
- Febre

5. A vaginite atrófica é um um provável diagnóstico quando o paciente se queixa de disúria mais:
- É uma mulher após a menopausa
- Vagina ressecada
- Dor durante relação sexual

6. A vulvovaginite é um um provável diagnóstico quando o paciente se queixa de disúria mais:
- É do sexo feminino
- Corrimento vaginal
- Vermelhidão na vagina
- Dor durante relações sexuais

7. O cálculo renal é um um provável diagnóstico quando o paciente se queixa de disúria mais:
- Dor que inicia-se nas costas e desce em direção à virilha e genitália
- Desaparece após a pedra ser expelida na urina (pode não sumir se a pedra ferir a uretra)
- Sangue na urina

8. O aumento da próstata seja por hiperplasia benigna ou tumor é um um provável diagnóstico quando o paciente se queixa de disúria mais:
- É homem acima dos 50 anos
- Jato urinário fraco
- Dificuldade para urinar
- Acorda à noite várias vezes para urinar
- Sangue na urina

9. Tumor de bexiga é um um provável diagnóstico quando o paciente se queixa de disúria mais:
- Paciente idoso
- Emagrecimento
- Sangue na urina
- História de tabagismo

Diagnóstico e tratamentos da dor ao urinar
É importante saber que a disúria é um sintoma e não uma doença; é a consequência e não a causa. O diagnóstico e o tratamento devem mirar na doença que esteja causando a dor ao urinar. Em geral, os exames mais usados na investigação são:

- Análise simples de urina (EAS ou Urina tipo I) 
- Urocultura
- Análise do corrimento uretral
- Análise do corrimento vaginal
- Ultrassonografia de próstata, bexiga e rins
- Dosagem sanguínea do PSA

A decisão de solicitar ou não cada um dos exames citados acima depende dos prováveis diagnósticos diferenciais estabelecidos após a avaliação médica inicial.

Em mulheres jovens, a cistite é disparada a principal causa de dor ao urinar, sendo, por vezes, desnecessário solicitar exames complementares para se fazer o diagnóstico. Não é uma conduta errada do médico prescrever antibióticos para infecção urinária após uma simples avaliação clínica.

Entretanto, se em mulheres jovens a cistite é o diagnóstico mais provável em casos de disúria, o mesmo não se aplica aos homens jovens. Neste grupo, a cistite é pouco comum e as uretrites e prostatites devem sempre ser lembradas como diagnóstico diferencial quando há queixas de ardência ao urinar.

O tratamento das disúrias obviamente depende da causa: infecções são tratadas com antibióticos, doenças da próstata devem ser avaliadas por um urologista, a vaginite atrófica melhora com estrogênio vaginal etc... Um erro muito comum é tratar apenas a dor ao urinar com analgésicos, deixando de lado a verdadeira causa da disúria. Essa conduta além de atrasar a cura do quadro, pode trazer complicações por deixar a doença de base progredir.


domingo, 13 de maio de 2012

OS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS

OS SENTIDOS: VISÃO, AUDIÇÃO, PALADAR, OLFATO E TATO
Imagem: BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson R. O Corpo Humano. São Paulo, Ed. Ática, 2000.
Os órgãos dos sentidos
Os sentidos fundamentais do corpo humano - visão, audição, tato, gustação ou paladar e olfato  - constituem as  funções que propiciam o nosso relacionamento com o ambiente. Por meio dos sentidos, o nosso corpo pode perceber muita coisa do que nos rodeia; contribuindo para a nossa sobrevivência e integração com o ambiente em que vivemos.  
Existem determinados receptores, altamente especializados, capazes de captar estímulos diversos. Tais receptores, chamados receptores sensoriais, são formados por células nervosas capazes de traduzir ou converter esses estímulos em impulsos elétricos ou nervosos que serão processados e analisados em centros específicos do sistema nervoso central (SNC), onde será produzida uma resposta (voluntária ou involuntária). A estrutura e o modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados é diversa.
Tipos de receptores:
1) Exteroceptores: respondem a estímulos externos, originados fora do organismo.
2) Proprioceptores: os receptores proprioceptivos encontram-se no esqueleto e  nas inserções tendinosas, nos músculos esqueléticos (formando feixes nervosos que envolvem as fibras musculares) ou no aparelho vestibular da orelha interna. Detectam a posição do indivíduo no espaço, assim como o movimento, a tensaõ e o estiramento musculares.
3) Interoceptores: os receptores interoceptivos respondem a estímulos viscerais ou outras sensações como sede e fome.
Em geral, os receptores sensitivos podem ser simples, como uma ramificação nervosa; mais complexos, formados por elementos nervosos interconectados ou órgãos complexos, providos de sofisticados sistemas funcionais.
Dessa maneira:
è pelo tato - sentimos o frio, o calor, a pressão atmosférica, etc;
è pela gustação - identificamos os sabores;
è pelo olfato - sentimos o odor ou cheiro;
è pela audição - captamos os sons;
è pela visão - observamos as cores, as formas, os contornos, etc.
Portanto, em nosso corpo os órgãos dos sentidos estão encarregados de receber estímulos externos. Esses órgãos são:
è a pele - para o tato;
è a língua - para a gustação;
è as fossas nasais - para o olfato;
è os ouvidos - para a audição;
è os olhos - para a visão.

VISÃO
ANATOMIA DO OLHO
Imagem: CRUZ, Daniel.O Corpo Humano. São Paulo, Ed. Ática, 2000.
Os globos oculares estão alojados dentro de cavidades ósseas denominadas órbitas, compostas de partes dos ossos frontal, maxilar, zigomático, esfenóide, etmóide, lacrimal e palatino. Ao globo ocular encontram-se associadas estruturas acessórias: pálpebras, supercílios (sobrancelhas), conjuntiva, músculos e aparelho lacrimal.
Cada globo ocular compõe-se de três túnicas e de quatro meios transparentes:
Túnicas:
1- túnica fibrosa externa: esclerótica (branco do olho). Túnica resistente de tecido fibroso e elástico que envolve externamente o olho (globo ocular) A maior parte da esclerótica é opaca e chama-se esclera, onde estão inseridos os músculos extra-oculares que movem os globos oculares, dirigindo-os a seu objetivo visual. A parte anterior da esclerótica chama-se córnea. É transparente e atua como uma lente convergente. 
2- túnica intermédia vascular pigmentada: úvea. Compreende a coróide, o corpo ciliar e a íris. A coróide está situada abaixo da esclerótica e é intensamente pigmentada. Esses pigmentos absorvem a luz que chega à retina, evitando sua reflexão. Acha-se intensamente vascularizada e tem a função de nutrir a retina. 
Possui uma estrutura muscular de cor variável – a íris, a qual é dotada de um orifício central cujo diâmetro varia, de acordo com a iluminação do ambiente – a pupila.
A coróide une-se na parte anterior do olho ao corpo ciliar, estrutura formada por musculatura lisa e que envolve o cristalino, modificando sua forma. 
Na penumbra (acima) a pupila se dilata; na claridade (abaixo),       ela se contrai.
Em ambientes mal iluminados, por ação do sistema nervoso simpático, o diâmetro da pupila aumenta e permite a entrada de maior quantidade de luz. Em locais muito claros, a ação do sistema nervoso parassimpático acarreta diminuição do diâmetro da pupila e da entrada de luz. Esse mecanismo evita o ofuscamento e impede que a luz em excesso lese as delicadas células fotossensíveis da retina.
3- túnica interna nervosa: retina. É a membrana mais interna e está debaixo da coróide. É composta por várias camadas celulares,  designadas de acordo com sua relação ao centro do globo ocular. A camada mais interna, denominada camada de células ganglionares, contém os corpos celulares das células ganglionares, única fonte de sinais de saída da retina, que projeta axônios através do nervo óptico. Na retina encontram-se dois tipos de células fotossensíveis: os cones e os bastonetes. Quando excitados pela energia luminosa, estimulam as células nervosas adjacentes, gerando um impulso nervoso que se propaga pelo nervo óptico.
A imagem fornecida pelos cones é mais nítida e mais rica em detalhes. Há três tipos de cones: um que se excita com luz vermelha, outro com luz verde e o terceiro, com luz azul. São os cones as células capazes de distinguir cores. 
Os bastonetes não têm poder de resolução visual tão bom, mas são mais sensíveis à luz que os cones. Em situações de pouca luminosidade, a visão passa a depender exclusivamente dos bastonetes. É a chamada visão noturna ou visão de penumbra. Nos bastonetes existe uma substância sensível à luz – a rodopsina – produzida a partir da vitamina A. A deficiência alimentar dessa vitamina leva à cegueira noturna e à xeroftalmia (provoca ressecamento da córnea, que fica opaca e espessa, podendo levar à cegueira irreversível).
Há duas regiões especiais na retina: a fovea centralis (ou fóvea ou mancha amarela) e o ponto cego. A fóvea está no eixo óptico do olho, em que se projeta a imagem do objeto focalizado, e a imagem que nela se forma tem grande nitidez. É a região da retina mais altamente especializada para a visão de alta resolução. A fóvea contém apenas cones e permite que a luz atinja os fotorreceptores sem passar pelas demais camadas da retina, maximizando a acuidade visual. 


Acuidade visual
A capacidade do olho de distinguir entre dois pontos próximos é chamada acuidade visual, a qual depende de diversos fatores, em especial do espaçamento dos fotorreceptores na retina e da precisão da refração do olho.

Os cones são encontrados principalmente na retina central, em um raio de 10 graus a partir da fóvea. Os bastonetes, ausentes na fóvea, são encontrados principalmente na retina periférica, porém transmitem informação diretamente para as células ganglionares.
No fundo do olho está o ponto cego, insensível a luz. No ponto cego não há cones nem bastonetes. Do ponto cego, emergem o nervo óptico e os vasos sangüíneos da retina.
Meios transparentes:
- Córnea: porção transparente da túnica externa (esclerótica); é circular no seu contorno e de espessura uniforme. Sua superfície é lubrificada pela lágrima, secretada pelas glândulas lacrimais e drenada para a cavidade nasal através de um orifício existente no canto interno do olho.
- humor aquoso: fluido aquoso que se situa entre a córnea e o cristalino, preenchendo a câmara anterior do olho. 
- cristalino: lente biconvexa coberta por uma membrana transparente. Situa-se atrás da pupila e e orienta a passagem da luz até a retina. Também divide o interior do olho em dois compartimentos contendo fluidos ligeiramente diferentes: (1) a câmara anterior, preenchida pelo humor aquoso e (2) a câmara posterior, preenchida pelo humor vítreo. Pode ficar mais delgado ou mais espesso, porque é preso ao músculo ciliar, que pode torna-lo mais delgado ou mais curvo. Essas mudanças de forma ocorrem para desviar os raios luminosos na direção da mancha amarela. O cristalino fica mais espesso para a visão de objetos próximos e, mais delgado para a visão de objetos mais distantes, permitindo que nossos olhos ajustem o foco para diferentes distâncias visuais. A essa propriedade do cristalino dá-se o nome de acomodação visual. Com o envelhecimento, o cristalino pode perder a transparência normal, tornando-se opaco, ao que chamamos catarata.  
- humor vítreo: fluido mais viscoso e gelatinoso que se situa entre o cristalino e a retina, preenchendo a câmara posterior do olho. Sua pressão mantém o globo ocular esférico.
Como já mencionado anteriormente, o globo ocular apresenta, ainda, anexos: as pálpebras, os cílios, as sobrancelhas ou supercílios, as glândulas lacrimais e os músculos oculares.
As pálpebras são duas dobras de pele revestidas internamente por uma membrana chamada conjuntiva. Servem para proteger os olhos e espalhar sobre eles o líquido que conhecemos como lágrima. Os cílios ou pestanas impedem a entrada de poeira e de excesso de luz nos olhos, e as sobrancelhas impedem que o suor da testa entre neles. As glândulas lacrimais produzem lágrimas continuamente. Esse líquido, espalhado pelos movimentos das pálpebras, lava e lubrifica o olho. Quando choramos, o excesso de líquido desce pelo canal lacrimal e é despejado nas fossas nasais, em direção ao exterior do nariz.  

O SISTEMA TEGUMENTAR







Estrutura do tegumento (pele)
O tegumento humano é mais conhecido como pele, é formado por duas camadas distintas, firmemente unidas entre si: a epiderme e a derme.
Epiderme

  
A epiderme é um epitélio multiestratificado, formado por várias camadas (estratos) de células achatadas (epitélio pavimentoso) justapostas. A camada de células mais interna, denominada epitélio germinativo, é constituída por células que se multiplicam continuamente; dessa maneira, as novas células geradas empurram as mais velhas para cima, em direção à superfície do corpo. À medida que envelhecem, as células epidérmicas tornam-se achatadas, e passam a fabricar e a acumular dentro de si uma proteína resistente e impermeável, a queratina. As células mais superficiais, ao se tornarem repletas de queratina, morrem e passam a constituir um revestimento resistente ao atrito e altamente impermeável à água, denominado camada queratinizada ou córnea.
Toda a superfície cutânea está provida de terminações nervosas capazes de captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos. Essas terminações nervosas ou receptores cutâneos são especializados na recepção de estímulos específicos. Não obstante, alguns podem captar estímulos de natureza distinta. Porém na epiderme não existem vasos sangüíneos. Os nutrientes e oxigênio chegam à epiderme por difusão a partir de vasos sangüíneos da derme.
Nas regiões da pele providas de pêlo, existem terminações nervosas específicas nos folículos capilares e outras chamadas terminais ou receptores de Ruffini. As primeiras, formadas por axônios que envolvem o folículo piloso, captam as forças mecânicas aplicadas contra o pêlo. Os terminais de Ruffini, com sua forma ramificada, são receptores térmicos de calor.
Na pele desprovida de pêlo e também na que está coberta por ele, encontram-se ainda três tipos de receptores comuns:
1) Corpúsculos de Paccini: captam especialmente estímulos vibráteis e táteis.São formados por uma fibra nervosa cuja porção terminal, amielínica, é envolta por várias camadas que correspondem a diversas células de sustentação. A camada terminal é capaz de captar a aplicação de pressão, que é transmitida para as outras camadas e enviada aos centros nervosos correspondentes.
2) Discos de Merkel: de sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra aferente costuma estar ramificada com vários discos terminais destas ramificações nervosas. Estes discos estão englobados em uma célula especializada, cuja superfície distal se fixa às células epidérmicas por um prolongamento de seu protoplasma. Assim, os movimentos de pressão e tração sobre epiderme desencadeam o estímulo. 
3) Terminações nervosas livres: sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e especialmente aos dolorosos. São formadas por um axônio ramificado envolto por células de Schwann sendo, por sua vez, ambos envolvidos por uma membrana basal. 
Na pele sem pêlo encontram-se, ainda, outros receptores específicos:
4) Corpúsculos de Meissner: táteis. Estão nas saliências da pele sem pêlos (como nas partes mais altas das impressões digitais). São formados por um axônio mielínico, cujas ramificações terminais se entrelaçam com células acessórias.
5) Bulbos terminais de Krause: receptores térmicos de frio. São formados por uma fibra nervosa cuja terminação possui forma de clava.Situam-se nas regiões limítrofes da pele com as membranas mucosas (por exemplo: ao redor dos lábios e dos genitais).
RECEPTORES DE SUPERFÍCIE
SENSAÇÃO PERCEBIDA
Receptores de Krause
Frio
Receptores de Ruffini
Calor
Discos de Merkel
Tato e pressão
Receptores de Vater-Pacini
Pressão
Receptores de Meissner
Tato
Terminações nervosas livres
Principalmente dor
Nas camadas inferiores da epiderme estão os melanócitos, células que produzem melanina, pigmento que determina a coloração da pele.
As glândulas anexas – sudoríparas e sebáceas – encontram-se mergulhadas na derme, embora tenham origem epidérmica. O suor (composto de água, sais e um pouco de uréia) é drenado pelo duto das glândulas sudoríparas, enquanto a secreção sebácea (secreção gordurosa que lubrifica a epiderme e os pêlos) sai pelos poros de onde emergem os pêlos.
A transpiração ou sudorese tem por função refrescar o corpo quando há elevação da temperatura ambiental ou quando a temperatura interna do corpo sobe, devido, por exemplo, ao aumento da atividade física.
Derme
A derme, localizada imediatamente sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que contém fibras protéicas, vasos sangüíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras e de uma substância gelatinosa, a substância amorfa, na qual os elementos dérmicos estão mergulhados.
A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. Na derme encontramos ainda: músculo eretor de pêlo, fibras elásticas (elasticidade), fibras colágenas (resistência), vasos sangúíneos e nervos. 
Tecido subcutâneo
Sob a pele, há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o tecido subcutâneo, rico em fibras e em células que armazenam gordura (células adiposas ou adipócitos). A camada subcutânea, denominada hipoderme, atua como reserva energética, proteção contra choques mecânicos e isolante térmico.

Unhas e pêlos são constituídos por células epidérmicas queratinizadas, mortas e compactadas.
 Na base da unha ou do pêlo há células que se multiplicam constantemente, empurrando as células mais velhas para cima. Estas, ao acumular queratina, morrem e se compactam, originando a unha ou o pêlo. Cada pêlo está ligado a um pequeno músculo eretor, que permite sua movimentação, e a uma ou mais glândulas sebáceas, que se encarregam de sua lubrificação



                                                                                                                                                                 
 




   

O SISTEMA ESQUELÉTICO



Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna, 1997.
Além de dar sustentação ao corpo, o esqueleto protege os órgãos internos e fornece pontos de apoio para a fixação dos músculos. Ele constitui-se de peças ósseas (ao todo 208 ossos no indivíduo adulto) e cartilaginosas articuladas, que formam um sistema de alavancas movimentadas pelos músculos.
O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes:
1-Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torácica.
2-Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas escápulas e clavículas; cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos membros (superiores ou anteriores e inferiores ou posteriores).
1-Esqueleto axial
1.1-Caixa craniana
Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital, esfenóide, nasal, lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar superior e mandíbula (maxilar inferior).
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna, 1997.
Observações:
Primeiro - no osso esfenóide existe uma depressão denominada de sela turca onde se encontra uma das menores e mais importantes glândulas do corpo humano - a hipófise, no centro geométrico do crânio. 
Segundo - Fontanela ou moleira é o nome dado à região alta e mediana, da cabeça da criança, que facilita a passagem da mesma no canal do parto; após o nascimento, será substituída por osso.
1.2-Coluna vertebral
É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se sobrepõem constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é dividida em regiões típicas que são: coluna cervical (região do pescoço), coluna torácica, coluna lombar, coluna sacral, coluna cocciciana (coccix).
1.3-Caixa torácica
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que são em número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem diretamente no esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades anteriores livres, não se fixando ao esterno).
2- Esqueleto apendicular
2-1- Membros e cinturas articulares
Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso do braço – úmero – articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço: rádio e ulna. O pulso constitui-se de ossos pequenos e maciços, os carpos. A palma da mão é formada pelos metacarpos e os dedos, pelas falanges.
Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa é o fêmur, o mais longo do corpo. No joelho, ele se articula com os dois ossos da perna: a tíbia e a fíbula. A região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular: a rótula. Ossos pequenos e maciços, chamados tarsos, formam o tornozelo. A planta do pé é constituída pelos metatarsos e os dedos dos pés (artelhos), pelas falanges.
Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o nome de cintura ou de cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou escapular (formada pela clavícula e pela escápula ou omoplata); a inferior se chama cintura pélvica, popularmente conhecida como bacia (constituída pelo sacro - osso volumoso resultante da fusão de cinco vértebras, por um par de ossos ilíacos e pelo cóccix, formado por quatro a seis vértebras rudimentares fundidas). A primeira sustenta o úmero e com ele todo o braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna.

O SISTEMA RESPIRATÓRIO


O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.
Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior há dobras chamada cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das vias aéreas, como traquéia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar.
Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe.
Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência que aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe.
A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingüeta” de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias.
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante a passagem de ar.

Traquéia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas. 
Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória.
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial pavimentoso) recobertas por capilares sangüíneos, denominadas alvéolos pulmonares.
Diafragma: A base de cada pulmão apóia-se no diafragma, órgão músculo-membranoso que separa o tórax do abdomen, presente apenas em mamíferos, promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios.  Localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos do diafragma (ver controle da respiração)
Imagem: SÉRIE ATLAS VISUAIS. O corpo Humano. Ed. Ática, 1997.

O ÚTERO






O útero é um órgão oco, impar e mediano, em forma de uma pêra invertida, achatada na sentido antero-posterior, que emerge do centro do períneo, para o interior da cavidade pelvina.
O útero está situado entre a bexiga urinaria, que esta para frente, e o reto, que esta para trás.
Na parte media, o útero apresenta um estrangulamento denominado istmo do útero.
A parte superior ao istmo recebe o nome de corpo do útero e a inferior constitui a cérvix (colo).
A extremidade superior do corpo do útero, ou seja, a parte que se situa acima da implantação das tubas uterinas, tem o nome de fundo do útero.
A cérvix do útero, é subdividida em duas porções por um plano transversal que passa pela sua parte media, que são as porções supravaginal e vaginal.
Esse plano transversal é representado pela inserção do fórnix da vagina, em torno da parte media da cérvix.
Com isso, a porção supravaginal da cérvix está dentro da cavidade peritoneal e é envolta pelo peritoneu, formando um bloco comum, para cima, com o istmo, corpo e fundo do útero, enquanto a porção vaginal da cérvix representando um segmento cilíndrico arredondado para baixo, que faz saliência no interior da vagina, ocupando o centro do seu fórnix.
No centro da extremidade inferior da porção vaginal da cérvix do útero, há um orifício denominado óstio do útero.
Sendo achatado no sentido antero-posterior, o útero apresenta uma face anterior que é denominada face vesical e outra posterior que é a face intestinal.
A face vesical é mais plana e a face intestinal e mais convexa.
As uniões laterais das duas faces, constituem as bordas do útero.
Na extremidade superior de cada borda implanta-se uma tuba uterina correspondente.
Entre uma tuba e a outra se situa o fundo do útero, cuja margem superior denomina-se borda superior.
O útero sendo um órgão oco, apresenta uma cavidade que é triangular de base superior, ao nível do corpo, e fusiforme no interior da cérvix, recebendo esta ultima parte de canal da cérvix.
Nos ângulos superiores da cavidade do útero, situam-se os óstios uterinos das tubas uterina correspondentes.
O óstio do útero, situa-se na porção vaginal da cérvix, estabelece a comunicação entre o interior do útero e o interior da vagina.
As paredes do útero são constituídas por camadas concêntricas, que da periferia para a profundidade, são as túnicas serosas ou perimétrio, tela subserosa, túnica muscular ou miométrio e túnica mucosa ou endométrio.
O perimétrio é representado pelo peritoneu visceral que recobre tanto a parte visceral como a intestinal do órgão ao nível das bordas laterais do mesmo, os dois folhetos expandem-se lateralmente para constituir os ligamentos largos do útero.
A tela subserosa é representada por uma fina camada de tecido conjuntivo quer se interpõem entre a túnica serosa e a túnica muscular.
O miométrio é formado por uma espessa camada de fibras musculares lisas que se distribuem, da periferia para a profundidade, em 3 planos: longitudinal, plexiforme e circular.
O endométrio forra toda a cavidade uterina.
Ao nível do corpo do útero, a mucosa se apresenta lisa, ao passo que na cérvix é muito pregueada, cujas pregas lembram as folhas de palma e por isso são chamadas de pregas espalmadas.
O endométrio papel muito importante por ocasião da gravidez.
O útero é mantido em sua posição por três ligamentos: ligamento largo do útero, ligamento redondo do útero e ligamento útero-sacral.
Posições do útero:
 Normalmente o útero se apresenta em anteversoflexão; portanto, em anteversão e anteflexão.





Útero - Vista Superior
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.






Útero - Vista Anterior
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.





Útero - Vista Anterior
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.