OS SENTIDOS: VISÃO, AUDIÇÃO, PALADAR, OLFATO E TATO
Imagem:
BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson R. O Corpo Humano. São Paulo, Ed.
Ática, 2000.
Os sentidos
fundamentais do corpo humano - visão, audição,
tato, gustação ou paladar e olfato - constituem as funções que propiciam
o nosso relacionamento com o ambiente. Por meio dos sentidos, o nosso corpo pode
perceber muita coisa do que nos rodeia; contribuindo para a nossa
sobrevivência e integração com o ambiente em que vivemos.
Existem
determinados receptores, altamente especializados, capazes de captar
estímulos diversos. Tais receptores, chamados receptores sensoriais, são
formados por células nervosas capazes de traduzir ou converter esses
estímulos em impulsos elétricos ou nervosos que serão processados e
analisados em centros específicos do sistema nervoso central (SNC), onde
será produzida uma resposta (voluntária ou involuntária). A estrutura e
o modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados é
diversa.
Tipos
de receptores:
1) Exteroceptores: respondem a estímulos externos, originados fora do
organismo.
2) Proprioceptores: os receptores proprioceptivos encontram-se no esqueleto
e nas inserções tendinosas, nos músculos esqueléticos (formando
feixes nervosos que envolvem as fibras musculares) ou no aparelho
vestibular da orelha interna. Detectam a posição do indivíduo no
espaço, assim como o movimento, a tensaõ e o estiramento musculares.
3) Interoceptores: os receptores interoceptivos respondem a estímulos
viscerais ou outras sensações como sede e fome.
Em
geral, os receptores sensitivos podem ser simples, como uma ramificação
nervosa; mais complexos, formados por elementos nervosos interconectados
ou órgãos complexos, providos de sofisticados sistemas funcionais.
Dessa maneira:
è
pelo tato - sentimos o frio, o calor, a
pressão atmosférica, etc;
è pela gustação - identificamos os sabores;
è pelo olfato - sentimos o odor ou cheiro;
è pela audição - captamos os sons;
è pela visão - observamos as cores, as formas, os contornos, etc.
Portanto, em nosso corpo os órgãos dos sentidos estão encarregados de
receber estímulos externos. Esses órgãos são:
è
a pele - para o tato;
è a língua - para a gustação;
è as fossas nasais - para o olfato;
è os ouvidos - para a audição;
è os olhos - para a visão.
VISÃO
Imagem: CRUZ, Daniel.O
Corpo Humano. São Paulo, Ed. Ática, 2000.
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Os globos oculares estão alojados dentro de cavidades
ósseas denominadas órbitas, compostas de partes dos ossos frontal,
maxilar, zigomático, esfenóide, etmóide, lacrimal e palatino. Ao globo
ocular encontram-se associadas estruturas acessórias: pálpebras,
supercílios (sobrancelhas), conjuntiva, músculos e aparelho
lacrimal.
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Cada
globo ocular compõe-se de três túnicas e de quatro meios transparentes:
Túnicas:
1- túnica fibrosa externa: esclerótica (branco do olho). Túnica resistente de tecido fibroso e elástico que
envolve externamente o olho (globo ocular) A maior parte da esclerótica
é opaca e chama-se esclera, onde estão inseridos os músculos
extra-oculares que movem os globos oculares, dirigindo-os a seu objetivo
visual. A parte anterior da esclerótica chama-se córnea. É
transparente e atua como uma lente convergente.
2- túnica
intermédia vascular pigmentada: úvea. Compreende a coróide,
o corpo ciliar e a íris. A coróide está situada abaixo da esclerótica e é
intensamente pigmentada. Esses pigmentos absorvem a luz que chega à
retina, evitando sua reflexão. Acha-se intensamente vascularizada e tem a
função de nutrir a retina.
Possui uma estrutura muscular de cor variável – a íris, a qual
é dotada de um orifício central cujo diâmetro varia, de acordo com a
iluminação do ambiente – a pupila.
A
coróide une-se na parte anterior do olho ao corpo ciliar,
estrutura formada por musculatura lisa e que envolve o cristalino,
modificando sua forma.
Em
ambientes mal iluminados, por ação do sistema nervoso simpático, o diâmetro
da pupila aumenta e permite a entrada de maior quantidade de luz. Em
locais muito claros, a ação do sistema nervoso parassimpático acarreta
diminuição do diâmetro da pupila e da entrada de luz. Esse mecanismo
evita o ofuscamento e impede que a luz em excesso lese as delicadas células
fotossensíveis da retina.
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3- túnica interna nervosa: retina. É
a membrana mais interna e está debaixo da coróide. É composta por
várias camadas celulares, designadas de acordo com sua relação ao
centro do globo ocular. A camada mais interna, denominada camada de
células ganglionares, contém os corpos celulares das células
ganglionares, única fonte de sinais de saída da retina, que projeta
axônios através do nervo óptico. Na retina encontram-se dois tipos de células
fotossensíveis: os cones e os bastonetes.
Quando excitados pela energia luminosa, estimulam as células nervosas
adjacentes, gerando um impulso nervoso que se propaga pelo nervo óptico.
A imagem fornecida pelos cones é mais nítida e mais rica
em detalhes. Há três tipos de cones: um que se excita com luz vermelha,
outro com luz verde e o terceiro, com luz azul. São os cones as células
capazes de distinguir cores.
Os bastonetes não têm poder de resolução visual tão
bom, mas são mais sensíveis à luz que os cones. Em situações de pouca
luminosidade, a visão passa a depender exclusivamente dos bastonetes. É
a chamada visão noturna ou visão de penumbra. Nos bastonetes existe uma substância sensível à luz – a
rodopsina – produzida a partir da vitamina A. A deficiência
alimentar dessa vitamina leva à cegueira noturna e à xeroftalmia
(provoca ressecamento da córnea, que fica opaca e espessa, podendo levar
à cegueira irreversível).
Há
duas regiões especiais na retina: a fovea centralis (ou
fóvea
ou mancha amarela) e o ponto cego. A fóvea está no eixo óptico
do olho, em que se projeta a imagem do objeto focalizado, e a imagem que
nela se forma tem grande nitidez. É a região da retina mais altamente
especializada para a visão de alta resolução. A fóvea contém apenas
cones e permite que a luz atinja os fotorreceptores sem passar pelas
demais camadas da retina, maximizando a acuidade visual.
Acuidade visual
A capacidade do olho de distinguir entre dois pontos próximos é
chamada acuidade visual, a qual depende de diversos fatores, em
especial do espaçamento dos fotorreceptores na retina e da precisão
da refração do olho. |
Os cones são encontrados principalmente na retina central,
em um raio de 10 graus a partir da fóvea. Os bastonetes, ausentes na fóvea,
são encontrados principalmente na retina periférica, porém transmitem
informação diretamente para as células ganglionares.
No
fundo do olho está o ponto cego, insensível a luz. No ponto cego
não há cones nem bastonetes.
Do ponto cego, emergem o nervo óptico e os vasos sangüíneos da retina.
Meios
transparentes:
- Córnea: porção transparente da túnica externa (esclerótica); é circular
no seu contorno e de espessura uniforme. Sua superfície é lubrificada pela lágrima,
secretada pelas glândulas lacrimais e drenada para a cavidade nasal
através de um orifício existente no canto interno do olho.
- humor aquoso: fluido aquoso que se situa entre a
córnea e o cristalino, preenchendo a câmara anterior do olho.
- cristalino: lente biconvexa coberta por uma membrana
transparente. Situa-se atrás da
pupila e e orienta a
passagem da luz até a retina. Também divide o interior do olho em dois
compartimentos contendo fluidos ligeiramente diferentes: (1) a câmara
anterior, preenchida pelo humor aquoso e (2) a câmara posterior, preenchida
pelo humor vítreo. Pode ficar mais delgado ou
mais espesso, porque é preso ao músculo ciliar, que pode torna-lo mais
delgado ou mais curvo. Essas mudanças de forma ocorrem para desviar os
raios luminosos na direção da mancha amarela. O cristalino fica mais
espesso para a visão de objetos próximos e, mais delgado para a visão
de objetos mais distantes, permitindo que nossos olhos ajustem o foco para
diferentes distâncias visuais. A essa propriedade do cristalino dá-se o nome
de acomodação visual. Com
o envelhecimento, o cristalino pode perder a transparência normal,
tornando-se opaco, ao que chamamos catarata.
- humor vítreo: fluido mais viscoso e gelatinoso
que se situa entre o cristalino e a retina, preenchendo a câmara
posterior do olho. Sua pressão mantém o globo ocular esférico.
Como
já mencionado anteriormente, o globo ocular apresenta, ainda, anexos: as pálpebras, os
cílios,
as sobrancelhas ou supercílios, as glândulas lacrimais e os
músculos
oculares.
As pálpebras são duas dobras de pele revestidas internamente por uma
membrana chamada conjuntiva. Servem para proteger os olhos e
espalhar sobre eles o líquido que conhecemos como lágrima. Os cílios
ou pestanas impedem a entrada de poeira e de excesso de luz nos
olhos, e as sobrancelhas impedem que o suor da testa entre neles.
As glândulas lacrimais produzem lágrimas continuamente. Esse líquido,
espalhado pelos movimentos das pálpebras, lava e lubrifica o olho. Quando
choramos, o excesso de líquido desce pelo canal lacrimal e é despejado
nas fossas nasais, em direção ao exterior do nariz.
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